Agronegócio

Zona Sul como referência do arroz brasileiro

Maior evento orizícola da América Latina será na sede da Embrapa no Capão do Leão, entre os dias 20 e 22 de fevereiro

Jô Folha -

A organização da 29ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que ocorre entre os dias 20 e 22 de fevereiro, apresentou uma prévia de como será o evento e tratou das expectativas do setor orizícola para a safra de 2018/2019. O maior evento do setor na América Latina terá como sede, este ano, a Estação Experimental Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, na sede da estatal no Capão do Leão.

Desde outubro, técnicos da Embrapa e do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) trabalham na área com cerca de cinco hectares para apresentar novos cultivares e tecnologias para a produção do arroz. O evento, organizado pela Federação das Associações Arrozeiras do Rio Grande do Sul (Federarroz), espera receber mais de cinco mil produtores de todo o Estado. Nas palavras do prefeito do Capão do Leão, Mauro Nolasco (PT), será o maior evento nos 35 anos de existência do município. “O arroz é a principal cultura e norteia o setor primário. Estamos ansiosos pela chegada do evento”, disse, durante a coletiva de imprensa.

Focados em trabalhar a tecnologia para aumentar a produtividade das lavouras, o Irga e a Embrapa apresentarão novos cultivares, como o BRS Pampa CL, desenvolvido pela Embrapa, e o Irga 431 CL, pela instituição do Estado.

“São grãos com grande qualidade e com o ciclo precoce, além de resistência a estresses bióticos, o que significa uma colheita mais rápida e menos custos com água e energia elétrica”, sintetiza o coordenador regional do Irga Zona Sul, André Matos. Ele também destacou a participação de empresas que farão exposições de vitrines durante o evento. Serão 34 vitrines de 15 empresas diferentes do ramo do agronegócio.

“Zona Sul é referência”
A tradição na produção de arroz na Zona Sul do RS também foi destacada pela prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB), pelo chefe adjunto de administração da Embrapa Clima Temperado, José Dias Vianna Filho, e pelo vice-presidente da Federarroz, Alexandre Velho. “Nos orgulha ser um polo de produção, beneficiamento. E o coroamento desta história e desta tradição será este evento”, manifestou a prefeita.

Alexandre também frisou a importância da Região Sul no cenário orizícola nacional. Hoje, o Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção de arroz no Brasil. “A região tem um polo industrial muito importante, produtores que são referência, que buscaram alternativas, implementaram sistemas de produção. É uma referência para o setor”, declarou o vice-presidente da Federarroz.

A Embrapa também foi referenciada como fator providencial para trazer tecnologia e inovação à produção rural. Conforme Vianna, a participação da estatal sempre busca trazer na prática o impacto para o produtor. “Enquanto a universidade cria conhecimento, nós absorvemos essa tecnologia aliada à prática. Nosso compromisso é oportunizar novas tecnologias aos produtores”, enfatizou.

Evento
Serão três dias com uma extensa programação, com fóruns técnicos e comerciais. O principal debate deve ser em torno da diversificação da matriz produtiva para tornar as lavouras mais produtivas e rentáveis. Para isso, estarão expostas 34 vitrines tecnológicas, envolvendo instituições de pesquisa, universidades e empresas, além de feira com novidades do setor e palestras técnicas e comerciais. Cinco unidades da Embrapa estarão envolvidas, apresentando nove tipos de pastagem com animais na proposta de integração entre lavoura e pecuária, além de áreas mostrando os novos cultivares e seus resultados na prática. As inscrições serão gratuitas e feitas na entrada do evento.

Safra prejudicada
A colheita desta safra deve ser menor do que a do ano passado, informou Alexandre Velho. Em função do grande acúmulo de chuvas nas regiões da Fronteira Oeste e Campanha, a perda de produção nestes locais pode ser de até 15% do estimado. O caso já está sendo tratado diretamente com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, convidada para o evento.

As exportações também serão menores em 2019. Em 2018, 1,4 milhão de toneladas foram exportadas; a estimativa para 2019 é de 1,2 milhão. Um dos questionamentos foi sobre a relação do atual do governo com a Venezuela, país que mais compra arroz brasileiro e passa por instabilidade econômica e política. Conforme Velho, novos mercados precisam ser abertos para o setor, como o México, a Guatemala e o Quênia.

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